De acordo com o Ministério da Saúde e a Organização Mundial de Saúde (OMS), o bebê deve ser alimentado somente com leite materno, sem água, chás e outros alimentos até os seis meses de idade.
Após o sexto mês, o leite materno sozinho não consegue fornecer todos os nutrientes necessários para o bebê. A partir daí, começa o processo de introdução alimentar.
Esse é um assunto que assusta muitas mamães e gestantes. Isso porque existe um tabu de que esse é um processo estressante e que pode gerar traumas na criança. Mas não precisa ser assim!
Separamos algumas dicas para ajudar quem está no início da introdução alimentar, para fazer com que as refeições sejam um momento tranquilo e de troca entre pais e bebês. Confira:
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Seja o exemplo
Antes de mais nada, é preciso olhar para o próprio prato. A criança pode até comer os “verdinhos” no início, mas se não ver eles no prato dos pais, ela não conseguirá manter uma alimentação saudável. Por isso, seja o exemplo!
É muito importante também que o pai ou a mãe estejam presentes no momento da refeição e que a criança se sente à mesa com o resto da família. Ver outras pessoas comendo estimula o bebê experimentar novos alimentos.
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Comece com papinhas
Para as primeiras refeições da criança, deve se oferecer frutas e legumes em forma de papa.
É importante que os vegetais não sejam batidos no liquidificador, para que a criança experimente novas texturas. O ideal é que, no início, a comida seja amassada com o garfo antes de servida para a criança com uma colher.
Ainda, após um mês, é possível dar frutas em pedaços pequenos para que a própria criança coma com as mãos e mastigue.
Mais para frente, quando a criança for introduzida aos demais alimentos, é importante temperar com moderação. Recomenda-se o uso de cebola, alho e ervas (como salsinha e cebolinha), além de pouco óleo e pouco sal.
Chegando a um ano de idade, a criança já pode comer a refeição básica da família.
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Variedade é melhor que quantidade
O mais importante é o que o bebê come, e não quanto. É a criança que dita o ritmo do quanto será ingerido e é esperado que ela coma pouco. Por isso, é preciso oferecer para ela uma grande variedade de alimentos!
O paladar dos bebês costuma preferir as comidas mais doces, mas não podemos nos limitar a isso. É importante que ele conheça diferentes texturas e sabores.
Além disso, é completamente normal que, no início, a criança prove os alimentos e não coma mais nada, ou que cuspa fora.
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Não force
É preciso lembrar que a introdução alimentar é uma experiência nova para a criança e que é normal que ela recuse o alimento de início. É preciso respeitar a vontade dela.
O bebê cuspiu a comida fora? Não adianta insistir logo em seguida, espere alguns dias para oferecer o alimento novamente. O Ministério da Saúde estima que uma comida precisa ser oferecida de oito a dez vezes até que a criança se acostume.
Ainda, um truque é oferecer o alimento de uma forma diferente. Se seu filho não gostou do legume em pedaços, por exemplo, experimente colocá-lo ralado no arroz ou no purê.
Além de não forçar, é importante não substituir a refeição pela mamadeira. Isso porque, com esse hábito, você ensina seu filho que ao negar as refeições, ele consegue algo que ele gosta.
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Minimize as distrações
Na hora da refeição, sente-se com a criança e tente bloquear todas as distrações. Desligue a TV, coloque tablets e smartphones de lado e concentre-se na refeição.
É preciso tornar a refeição um ritual prazeroso, para que a criança tenha uma boa relação com a comida.
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Tenha paciência e perseverança
É normal que, no início, a criança estranhe e até recuse determinados alimentos. Afinal, até então ele só conhecia o leite da mãe. Ainda, não adianta brigar com o bebê por ele não estar comendo o que foi oferecido, pois a culpa não é dele.
É preciso entender que este é um processo natural do desenvolvimento humano. Se a criança cuspiu um alimento fora, tente novamente outro dia. Se ela começou a chorar, é necessário compreender que é porque aquela é uma experiência totalmente nova e seguir em frente.
Ainda, é possível sempre conversar com familiares, amigos e até mesmo o(a) pediatra da criança sobre as dificuldades da introdução alimentar. Você não está sozinho(a)!
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Evite os alimentos industrializados
Os alimentos industrializados têm um apelo maior ao paladar, por isso, crianças costumam gostar deles logo de cara.
Mas é muito importante priorizar o valor nutritivo de cada alimento dado para o bebê e, apesar de gostosos, os industrializados não são nada saudáveis. Além disso, eles podem causar obesidade e aumentar as chances da criança ter hipertensão e diabetes no futuro.
Por isso, até os dois anos de idade, deve-se evitar ao máximo alimentos industrializados, enlatados, frituras, salgadinhos, café, refrigerantes e balas.
Alimentos saudáveis para a introdução alimentar
Entre tantas opções, fica difícil de escolher quais os alimentos mais saudáveis para o pequenino.
A princípio, não existem regras sobre com qual alimento iniciar a introdução alimentar. De qualquer forma, separamos alguns alimentos de diversos grupos alimentares para dar aos bebês, que podem ajudar as mamães e papais de primeira viagem:
- Frutas: banana, maçã, pera, mamão, melancia, melão;
- Legumes e verduras: cenoura, beterraba, chuchu, cenoura, brócolis, tomate;
- Proteínas animais: frango, peixe, carne bovina, ovos;
- Proteínas vegetais (grãos): feijão, ervilha, soja, lentilha, grão-de-bico;
- Cereais e tubérculos: arroz, batata, batata doce, mandioca, macarrão.
As comidas devem ser bem higienizadas, a fim de evitar infecções na criança. Ainda, as frutas devem ser servidas de preferência cruas, para preservar o máximo de nutrientes possível.
A introdução alimentar é um processo que não precisa ser traumático nem estressante. Na dúvida, conte sempre com a ajuda de médicos(as) e nutricionistas para saber o que pode ou não ser introduzido na dieta de seu filho.
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