Hoje nos vamos falar um pouco sobre a cirurgia bariátrica.
Olá, pessoal! Reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina, também é chamada de gastroplastia. Como o próprio nome diz, a bariátrica é uma plástica no estômago. Essa intervenção cirúrgica vem ganhando força com o passar do tempo, impulsionado pela epidemia de pessoas fora do peso. Segundo dados de 2017 do Ministério da Saúde, uma em cada cinco pessoas no Brasil está acima do peso.
E sabendo que a obesidade é uma doença, e que juntamente a ela o corpo desenvolve outras doenças crônicas, tais como: hipertensão, Diabetes Melitus, alteração no perfil lípidico entre outras, a bariátrica virou um meio de cura para obesos.
Existem vários tipos de técnicas que podem ser feitas nas cirurgias e todas têm o objetivo geral de reduzir a absorção que ocorre no estômago/ intestino. Com a absorção diminuída, menos macronutrientes entram para o metabolismo. Assim, a entrada de calorias se torna menor, promovendo o uso dos estoques do corpo. É exatamente aí que acaba ocorrendo o emagrecimento. Entretanto, devemos lembrar que a bariátrica deve ser a última opção. O indivíduo já deverá ter tentado intervenções alimentares, mudanças de hábitos contra o sedentarismo e até uso de remédios.
Bariátrica Sleeve
Essa técnica de tem ganho muitos adeptos entre pacientes e médicos por ser uma cirurgia menos radical dentre as outras cirurgias bariátricas, já que é feita por videolaparoscopia. Também é conhecida pelos nomes de cirurgia da manga gástrica ou gastrectomia tubular. Oferece ótimos resultados em relação a perda de peso, além de apresentar menos riscos e sacrifícios a saúde.
A sleeve garante uma redução de volume do estômago, o que traz uma saciedade precoce. A cirurgia de sleeve também leva a perda de peso por ressecar o fundo gástrico, que é onde ocorre a produção do hormônio chamado de grelina (ou hormônio da fome), que é responsável por aumentar o apetite. Com o nível desse hormônio diminuído, não só a capacidade do estômago tem alteração, mas como a sensação de fome também.
Nessa cirurgia ocorre um grampeamento do estômago que determina a formação de um tubo, feito por videolaparoscopia. Esse tubo gástrico vira o novo estômago e tem em média a capacidade de 150 ml a 200 ml. Lembrando que um estômago normal tem a capacidade média de 1500 a 2000 ml.
Em média os pacientes perdem de 25% a 40% do peso total com essa cirurgia. Entretanto, os valores podem variar, pois existe a necessidade que o paciente esteja totalmente aderido ao tratamento multidisciplinar que a bariátrica exige, como: dieta, ritmo de atividade física, controle de ansiedade, compulsões, entre outros.
Lembre-se: que nenhum método de tratamento para a obesidade é 100% efetivo, por isso devemos manter cuidados de manutenção para o resto da vida.
Tipos de Bariátrica
O tipo de operação a ser utilizado deve ser escolhido juntamente com o médico, de acordo com as condições clínicas e preferências do paciente. Esse são alguns tipos mais conhecidos:
Banda Gástrica:
É uma cirurgia pouco invasiva, apresenta menos riscos para a saúde e tem uma recuperação rápida. A técnica consiste em colocar um anel em volta do estômago, para que ele diminua seu tamanho, fazendo com que ocorra menor ingestão de alimentos.
Bypass Gástrico:
É uma técnica mais invasiva, na qual ocorre a retirada de uma grade parte do estômago, e depois é feita uma ligação do inicio do intestino delgado à pequena porção que restou do estômago, o espaço disponível para a comida fica bem reduzido. Os resultados são ótimos, os pacientes perdem até 70% do peso, porém tem seu pós cirúrgico mais complicado e lento.
Derivação Biliopancreática:
Nessa intervenção é retirada uma pequena parte do estômago, e uma grande parte do intestino delgado, que constituem a principal região onde ocorre a absorção de nutrientes. O espaço para os alimentos não tem um redução tão grande, mas a partes onde os alimentos são digeridos e absorvidos é retirada.
Indicações
A cirurgia bariátrica não pode ser feita por qualquer pessoa, deve-se respeitar as seguintes indicações segundo protocolo do Ministério da Saúde:
- Pessoas que apresentem IMC* ≥50 Kg/m2; paciente que apresenta super obesidade.
- Pessoas que apresentem IMC* ≥40 Kg/m², com ou sem doenças associadas, sem sucesso no tratamento clínico por no mínimo dois anos.
- Indivíduos com IMC* > 35 kg/m2 e com problemas de saúde como alto risco cardiovascular, Diabetes Mellitus e/ou Hipertensão Arterial Sistêmica de difícil controle, apneia do sono, doenças articulares degenerativas sem sucesso no tratamento clínico.
- Nos jovens entre 16 e 18 anos, a cirurgia poderá ser indicada após avaliação de dois profissionais para que seja analisada a fase de crescimento.
*O IMC é obtido por meio da divisão do peso (quilogramas) pelo quadrado da altura (metros).
Contraindicações
Também temos que estar de olho nas contraindicações, porque alguns pacientes, mesmo que estejam dentro do IMC necessário para fazer a cirurgia, devem ser avaliados especificamente – e com extremo cuidado.
Adolescentes:
Só podem fazer a cirurgia após os 16 anos e necessitam de avaliação psicológica especial, além do consentimento da família e aprovação da comissão de ética do hospital que vai realizar a cirurgia.
Idosos:
esses pacientes precisam de uma avaliação pré-preparatória feita com um médico geriatra, para ver se de fato a cirurgia trará benefícios.
Outros:
Pacientes com antecedentes de doença psiquiátrica, alcoolismo ou uso de drogas: necessidade de avaliação psicológica detalhada, para ver se há controle da doença e dos vícios
Portadores de doenças crônicas (anemia, insuficiência renal, doenças do fígado, doenças endócrinas entre outras): Não é uma contraindicação absoluta, mas por aumentar os riscos pós cirúrgicos, a escolha da técnica empregada terá mais atenção.
Bariátrica no SUS
Atualmente, o SUS conta com 75 hospitais habilitados para atendimento das pessoas com obesidade, em 21 estados: Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.
Para ser operado pelo SUS, o paciente deve comprovar que já fez tratamento psicológico, tentou reeducação alimentar, e alteração em rotina de exercícios. Esgotadas as possibilidades de tratamento clínico (medidas comportamentais e medicamentos), o paciente se torna avaliável para ser submetido a cirurgia.
Confirmada a indicação, ele ira para o pré-operatório, que inclui uma equipe multidisciplinar, para cuidados com o paciente. Dente eles psicólogos, nutricionistas e equipe médica especializada.
Os dados do Ministério da Saúde demonstram que houve aumento do número de cirurgias bariátricas realizadas pelo SUS, entre 2010 e 2015 o aumento foi de 4.489 para 7.530 procedimentos.
Conclusão
No texto de hoje vocês viram que a bariátrica pode ser feita de diversas maneiras como a derivação biliopancreática, banda gástrica e o bypass gástrico. Falamos em específico da sleeve, esta modalidade que ganhou fama por ser pouco invasiva e ainda sim trazer ótimos resultados. Debatemos também as condições estabelecidas pelo SUS para ser elegível à cirurgia. Também quais pessoas são contraindicadas.
E você: fez bariátrica ou tem alguém próximo que passou pelo procedimento? Como tem sido a dieta? E a recuperação?
Conte aqui pra gente nos comentários, a gente se vê na semana que vem!!